O novo romance de José Saramago tem como personagens principais Deus e a Humanidade.
Ontem recebi um mail do meu amigo P.
Achei a mensagem interessante. Aqui fica o registo.
"Evidentemente que José Saramago tem um problema mal resolvido com a religião. Isso é tão claro que dispensa a interpretação psicanalítica dos seus comportamentos. Aliás, um dos muitos problemas de Saramago é julgar-se o próprio Deus. E não admitir concorrência. Nobel, ainda por cima, sente que o Mundo se deveria prostrar perante o seu génio. É um narciso universal a quem tudo deve ser consentido, mesmo o insulto grotesco e ignaro.
O mundo de Saramago é um mundo sem Pátrias nem Religiões. É um mundo centrado na sua pessoa e alimentado pela sua obra. É um mundo que assenta nas premissas extremas do capitalismo. Se para vender um produto tiver de matar a mãe, mate-se a mãe e venda-se o produto. É o que Saramago faz. Insulta e vilipendia para vender. Confortado no seu "auto-exílio" em Lanzarote que lhe garante direitos de autor sem encargos fiscais. O mundo de Saramago é, neste contexto, um mundo sombrio de ódios de estimação e de perseguições infrenes. Mas é também um mundo inconsequente. Rejeitou a Pátria porque um dia a Pátria não o reconheceu. Mas dela colhe homenagens e recebe fundações. A sua vaidade não lhe permite resistir à idolatria. E gosta mais de si próprio do que a coerência e a decência deveriam admitir.
Por tudo isto, é-me absolutamente indiferente a leitura que Saramago faz da Bíblia. Sei, como todos, que a idade ou agudiza os defeitos ou acentua as virtudes. No caso de Saramago refinou os primeiros. Não gosto do homem. Estou no meu direito. Embora a Bíblia me recomende tolerância, respeito e misericórdia. Prometo que tentarei alcançar esses "maus costumes"."
http://www.destak.pt/ - Coluna Vertical, José Luís Seixas (Advogado).
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