"Alugar por três dias uma carteira de luxo é a proposta da Glamorous, uma empresa que nasceu para pôr na mão, no ombro ou no braço das portuguesas modelos de "griffes" que poucas mulheres no mundo podem comprar.
Alugam-se automóveis, máscaras, casas, jóias por que não alugar malas de luxo? Louise, a assistente de Carrie Bradshaw, no filme da saga "O Sexo e a Cidade" terá dado esta ideia a muita gente. Na entrevista de trabalho com a escritora da série, deu nas vistas fazendo-se acompanhar de uma original Louis Vuitton. Afinal, a sua "pochette" custava mais de 1.000 dólares. "É alugada", revelou, desfazendo, à escala global, o mito de que só quem tem muito dinheiro pode passear-se na rua com uma mala única." JN - 16.7.2010
Nota minha
A sociedade em que vivemos valoriza e privilegia, cada vez mais, o consumo e o materialismo. Para alguns toda a realidade se reduz à matéria. Por exemplo, é "bem" estar na moda, usar roupas e calçado de marca, frequentar colégios e universidades de elite, ter amigos influentes (preferencialmente figuras públicas), ser portador de um telemóvel última geração, etc....
Sejamos francos, a diferença entre ricos e pobres sempre existiu. Não vejo nada de mal nisso. Aliás, nem todas as pessoas que possuem grandes fortunas são fúteis. Há gente dos mais variados grupos e profissões que partilha o seu património, ajudando os que têm menos.
Cada um é o que é e tem o que tem. Ponto.
A loucura começa quando aqueles que nada possuem tentam, a todo o custo, demonstrar que são o que não são. Que têm o que não têm. Vá-se lá compreender! O importante é PARECER que se é catita, que se tem poder. Sim, parecer. Não SER. Parecer.
Estou convencida de que quem não parece mas é, não sente necessidade de o exteriorizar. Pelo contrário. Pessoas com algum estatuto e nível nem gostam de apregoar que têm. Que podem. Que são. São e pronto.
Em contrapartida, os que parecem, sujeitam-se a viver atormentados com empréstimos para pagar (casa, carro, viagens, férias, computadores, telemóveis, ultimamente, até as compras do supermercado são feitas a crédito, etc.). Usam roupas emprestadas e alugadas desde que sejam Louis Vuitton, Emporio Armani, Givenchy, ou Kalvin Klein, como é óbvio! Tudo pelo parecer. Oh God!
“Tivessem as nossas avenidas mais e melhores esplanadas (...), houvesse mais ligação da cidade e da população com espaços à beira-rio, se o lisboeta se divorciasse do vício de pegar no carro por tudo e por nada, fossem os bairros históricos devidamente recuperados, talvez o 25º lugar [na lista das melhores cidades do mundo, pela revista "Monocle"] se transformasse numa posição mais alta em próximas listas". Nuno Galopim, "Diário de Notícias", 02-07-2010
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