Entramos numa loja para comprar uns jeans e saímos com uma mesa. Mostramos orgulhosos os nossos sapatos novos que afinal são a última obra de uma conceituada arquitecta. Sosseguem, não perdemos a cabeça. São apenas exemplos da fecundíssima fertilização cruzada que acontece entre moda, design, arquitectura e arte, num mundo onde as grandes griffes já não vendem roupa, mas um lifestyle total(itário). O fenómeno não é novo, desde os anos 70 que as marcas de moda emprestam o seu nome a fabricantes de mobiliário. Mas, agora, a tendência assume outros contornos, bem mais sérios e sofisticados, com as maisons a investirem muito dinheiro e energia para competirem directamente, em qualidade e ideias, com as marcas de mobiliário de luxo. E porque a criatividade não tem limites, aí estão, do outro lado, os designers de equipamento a trocarem temporariamente os móveis por trapos. Design e moda estão irremediável e criativamente ligados, pele contra pele, como um glamouroso vestido reversível onde direito e avesso se tornam indistintos, sendo apenas dois lados de uma mesma afirmação de estilo. Expresso, 10.5.2010
10 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário