14 de fevereiro de 2010

Regresso

É assim que te invento
Metade luz, metade terra
E a inconstância do espírito
Como colar de sombras
No teu colo dourado
 
Adivinho-te
Passo leve,
Aroma frágil
Corpo firme
Depois é que te vejo
A crescer com o desejo
De ser presença
No ermo da minha tarde

Sem opção
entre a humanidade que conheço
volto para ti e amanheço
nos teus braços
Maduro
 
E como boémio vadio por ti
Meu campo aberto
Minha noite de bruma
Não sei se é meu ou se li
Mas no mar em que me acerto
Sem ti sou só espuma

Edgardo Xavier

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