Errar é uma das acções mais acertadas que pode haver na vida. Eu sou pelo erro. Isso é certo. Sou por quem não abdica de tentar só porque tem medo de falhar. Sou por quem experimenta, e vai, e sofre, e chora, e espalma-se contra uma parede, e é pisado e repisado, e é humilhado e rehumilhado, e é derrotado e rederrotado. E que, no fim de tudo, porque fez, porque tentou, porque foi e não se deixou ficar, ganha. Ganha-se. Ganha-se como se ganha a vida. E a vida só se ganha – por mais que te falem em dinheiro e coisas assim – vivendo. O resto são falácias. O resto é exactamente aquilo que a palavra quer dizer: resto. Quando é que aprendes a respeitar o léxico que te foi ensinado?
Ter medo de errar é um erro. É sempre um erro. E é o único erro que não tem perdão. Sou maravilhado por quem erra. Por quem sabe que, por fazer, por tentar, pode errar. E são as melhores pessoas, convence-te disso, quem mais erra. São as pessoas que vão aos limites (e os ultrapassam sempre que lá chegam), que se testam como se não houvesse amanhã, como se o agora fosse tudo o que há para haver. E é: o agora é tudo o que há para haver. O agora é o que tens: é sempre o que tens. Nunca és mais do que aquilo que és agora. Por mais que penses no antes, por mais que projectes o depois: o que és é o que és agora. Sempre agora. Nada mais do que agora. E agora?
in jornal "Notícias de Guimarães" de 11 de Fevereiro de 2011
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