Sou obrigada a confessar que não tenho a menos pachorra para estar a conversar ao telefone. As chamadas que faço são de curta duração e apenas quando muito necessárias.
Creio que os meus familiares e amigos já perceberam isso. Quando acontece ligarem para mim e a conversa ultrapassa aqueles cinco minutos que considero toleráveis, percebem que começo a ficar impaciente e perguntam com alguma frequência: "Já me estás a despachar?"
Esta manhã, por exemplo, estive à beira de um ataque de nervos. Os únicos dias em que posso dormir um bocadinho até mais tarde é ao Sábado e ao Domingo.
Todos os que me são próximos sabem disso, mas a minha mãezinha que sempre foi madrugadora (nunca acorda depois das seis e trinta da manhã), entende que uma pessoa que dorme até às dez horas, não passa de uma valente preguiçosa. Vai daí, sempre que se lembra, telefona.
Hoje, por exemplo, ligou-me às dez horas da manhã. Estava eu a dormir muito sossegadinha, toca o telemóvel, atendo e oiço do outro lado: "Ainda estavas a dormir????"
Sabem como é aquele tom de voz reprovador, a querer insinuar "Um escândalo! A dormir às dez horas. Era só o que faltava!"
Aiiiiii, contive-me, como é óbvio. Era a minha mãe.
Se fosse uma das minhas irmãs tinha levado logo uma desanda, mas era a minha mãe...
- "Sim, mamã. Estava a dormir. Aconteceu alguma coisa?"
- "Não, só queria perguntar-te se queres que te engome alguma roupa."
- "Ahhhhhhh, está bem. Obrigada, sim?"
A seguir ao almoço, conversei com uma pessoa que me é muito querida. E foi um gosto! Mesmo tendo sido por telefone.
Pude aperceber-me, pelo tom de voz, que os tratamentos que iniciou estão a correr muito bem.
Há uma nova esperança e muito optimismo. E isso deixou-me muito feliz.
Espero, muito sinceramente, que esta situação tenha um final feliz. Por todos nós, mas particularmente pela pessoa em causa... que ainda tem uma vida inteira pela frente.
Que Deus te ajude e te dê a coragem de que necessitas para não desistires nunca ;)
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