Se o senhor Strauss Khan tivesse tentado violar uma empregada de hotel portuguesa, a empregada dificilmente faria queixa, com medo de represálias, designadamente de ser despedida.
Se a empregada fosse destemida, estivesse farta do emprego e apresentasse queixa na polícia, o mais provável é que o polícia lhe dissesse para ter juízo e para não se meter com trutas. Ela acabaria por desistir da queixa.
Se o polícia fosse chanfrado e/ou completamente inexperiente e desse seguimento à queixa, o mais provável é que Strauss Khan já estivesse a meio caminho de Paris quando a polícia chegasse ao aeroporto para o interpelar.
Se, por um bambúrrio de sorte, a polícia o conseguisse prender antes de ele sair do país, o mais provável seria ele ser ouvido por um magistrado que lhe fixava termo de identidade e residência, sendo que ele, na primeira oportunidade, punha-se a milhas porque tem mais que fazer do que aturar juízes atacados por excessos de zelo.
Azar dos azares: Strauss Khan não tentou violar nenhuma negra em Lisboa.
Fê-lo em Nova Iorque.
Por isso ficou em prisão preventiva, tendo a juiz recusado a sua oferta de prestação de caução no valor de 1 milhão de dólares.
Moral da história: em países em que a justiça é mesmo a sério, convém não pisar o risco; nos outros, é o que se quiser... é à fartazana!
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