A frase é forte, altamente contestada e é proferida por um adepto confesso das novas tecnologias e respeitado especialista em questões relacionadas com a vida na Web. O seu nome é Nicholas Carr, e o seu último livro, apoiado em inúmeras experiências científicas, afirma que “estamos a treinar os nossos cérebros para prestar atenção a tudo o que não interessa”. É que a explosão de tecnologia digital não só alterou a forma como vivemos e comunicamos, como também a nossa actividade cerebralNo início de 2009, num estudo publicado pela revista Science, uma famosa psicóloga do desenvolvimento, Patrícia Greenfield, avaliou mais de 40 estudos sobre os efeitos dos vários tipos de media em correlação com a inteligência e a capacidade de aprendizagem. Uma das suas conclusões foi a de que “cada meio desenvolve algumas competências cognitivas em detrimento de outras”. A utilização crescente da internet e de outras tecnologias com base em ecrãs, escreve, levou a “um desenvolvimento generalizado e sofisticado das nossas competências espaciais e visuais”. Contudo, esses ganhos caminham de mãos dadas com um enfraquecimento da nossa capacidade de “processamento aprofundado” que sustenta a “aquisição cuidadosa de conhecimentos, análise indutiva, pensamento crítico, imaginação e reflexão”. JN - 246.2010
24 de junho de 2010
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