O escritor foi hoje distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras. O júri do prémio, reunido esta manhã em Oviedo, escolheu um autor que "através da ficção histórica e da reflexão teórica, tem conseguido abordar com lucidez a complexidade da condição humana", elogiando-lhe a "linguagem intensa e sugestiva" que nos transporta "no grande mosaico mediterrâneo de línguas, culturas e religiões para construir um espaço simbólico de encontro e entendimento". "Frente à desesperança, à resignação ou ao vitimismo, a sua obra traça uma linha própria para a tolerância e a reconciliação, uma ponte fundada nas raízes comuns dos povos e das culturas", remata o júri no comunicado em que anuncia o vencedor do galardão deste ano. Autêntico eremita, residente em França, homem acostumado a isolar-se durante meses para escrever os seus livros, Maalouf é um católico árabe que nasceu em Beirute em Fevereiro de 1949 e é licenciado em Economia e Sociologia.
A família materna era natural da Turquia, de onde fugiu para o Cairo, tendo finalmente ido parar ao Líbano. O pai era um conhecido jornalista, bisneto de um pregador presbiteriano, de modo que ele sempre se considerou no cruzamento de múltiplas culturas e civilizações.
Aos seis anos escreveu o primeiro artigo, em árabe, mas aos 16 já todas as suas notas eram em francês, tendo mais tarde explicado que o árabe era a sua língua social e o francês a sua língua íntima, que a dada altura se tornaria a fala quotidiana, quando os conflitos do Médio Oriente o atiraram para Paris. Público - 9.6.2010
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