Querem roubar-Te o Natal, Senhor.
Querem ficar com a festa,
mas não querem convidar o festejado.
Querem a árvore de Natal, mas esquecem a sua origem.
Querem dar e receber presentes,
mas esquecem o que os Magos Te levaram a Belém.
Querem cantos de Natal,
mas esquecem que os Anjos Te cantaram
naquela noite abençoada.
Até a São Nicolau o disfarçaram de "pai Natal".
Querem as luzes e o feriado,
o peru e as rabanadas.
Querem a Ceia de Natal mas já não vão à Missa do Galo,
nem Te adoram feito Menino nas palhinhas do Presépio.
Quando se lembram estas coisas e o facto que lhes deu origem
diz-se que "o Natal é todos os dias",
mas não se dispensa esta quadra de consumo e folguedos.
No meio de toda esta confusão
deseja-se a paz e a fraternidade,
mas esquecem que só tu lhes podes dar.
E a culpa de tudo isto ser assim...
é também minha que alinho nesta maneira
pouco cristã de celebrar o teu nascimento.
Se desta vez eu der mais a quem tem menos
e comprar menos para quem já tem quase tudo...
se em vez de me cansar a correr de loja em loja
guardar esse tempo para parar diante de Ti...
Se neste Natal fores mesmo Tu
a razão da minha festa...
as luzes e os cantos, o peru e as rabanadas,
os presentes e até o Pai Natal me falarão de Ti
e desse gesto infinito do Teu Amor
de teres vindo ao meu encontro
nessa noite santa do Teu Natal.
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