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"Nas últimas semanas têm aparecido, aqui e ali, notícias que dão conta da dificuldade de certos organismos do Estado em honrarem os seus compromissos.
O mais importante dos quais o pagamento de salários. Num dos casos, disse a comunicação social (informação não desmentida), houve Serviços que deixaram de comprar bens e serviços para que não faltasse o dinheiro para pagar salários.
Há duas maneiras de olhar para este problema: uma é atribuir as dificuldades ao esforço de contenção que o Estado (em pouquíssimos sectores, é certo) vem fazendo; a outra é olhar para ele como um problema de gestão. A primeira opção é a mais fácil e é aquela que está nos genes dos portugueses: quantos responsáveis de empresas e de organismos do Estado assumem a responsabilidade dos problemas quando estes lhes caem nos braços? A maioria das vezes, o que acontece é desatarem à procura de culpados... quase sempre na terceira pessoa.
A segunda opção é a mais acertada. Um gestor (seja da rês pública, seja da rês privada) é alguém que é contratado, ou nomeado, para encontrar soluções. Ora, as soluções não se procuram depois de os problemas acontecerem; procuram-se antes deles ocorrerem. Se se chega a Dezembro e um serviço é obrigado a cortar na compra de borrachas, canetas e papel para poder pagar salários, a responsabilidade (do descalabro) é de quem o gere. Numa altura em que tanto se fala na modernização da Administração Pública, vale a pena pensar nesta questão. Porque o problema da fraca produtividade dos serviços do Estado não é culpa, apenas, dos funcionários. As chefias têm muita responsabilidade no que se passa."
Camilo Lourenço, JNegócios - 14.12.2010
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