Esta manhã, ouvi um executivo despedir um seu subordinado através do telemóvel. Ouvi eu e mais algumas pessoas.
Enquanto decorria a viagem de barco Barreiro/Lisboa, o senhor manteve o seguinte diálogo:
"Estou, bom dia! Sim, sim, sou eu. Tentei falar consigo ontem. Liguei-lhe várias vezes mas não consegui contactá-lo. Agradecia que passasse pelos recursos humanos, para acertar as suas contas. O seu contrato com a empresa termina neste momento. Sim, claro! Tente resolver isso com os serviços administrativos. Obrigada. Bom resto de dia."
Fiquei a pensar naquele telefonema.
O senhor até podia ter mil e um motivos para demitir aquele trabalhador. Todos sabemos que há pessoas que não são minimamente responsáveis. Outras há que mostram pouca seriedade. No entanto, pareceu-me ver naquela atitute alguma tirania e falta de respeito.
Quando gerimos recursos financeiros e materias não ficamos obrigados a reflectir sobre de que forma, as nossas decisões, poderão afectar uma secretária, um computador ou um livro de cheques.
O mesmo não acontece quando lidamos com pessoas. Porque merecem ser tratadas com dignidade e correcção.
Eu nunca agiria daquela maneira. Entendo que um assunto que interfere de uma forma tão drástica na vida de um ser humano, não deve ser abordado por telefone. Muito menos em público. Seria uma questão a ser tratada pessoalmente e em privado.
Como é que que alguém que acaba de receber uma notícia daquelas, por telefone, consegue ter um "bom resto de dia"?
Eu oiço com cada coisa... esta gente caiu em insânia. Enlouqueceram todos. Anda tudo completamente desvairado!
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