Já viveu um dia em que encontra apenas pessoas mal humoradas? Francamente! O mais aborrecido é que o mau humor é contagiante. Acabámos por ficar, também, mal dispostos. Só por isso apetece-me escrever sobre coisas sérias.
A sociedade em que vivemos valoriza e privilegia, cada vez mais, o consumo e o materialismo. Para alguns toda a realidade se reduz à matéria. Por exemplo, é "bem" estar na moda, usar roupas e calçado de marca, frequentar colégios e universidades de elite, ter amigos influentes (preferencialmente figuras públicas), ser portador de um telemóvel última geração (de vários telemóveis, melhor dizendo, sempre ficámos com a impressão de que estamos próximos de uma pessoa deveras solicitada). Quanto ao carro? Confesse lá. Não tem nenhum amigo(a) que tenha comprado um, todo XPTO? Um descapotável, vermelho ferrari, de preferência. Porquê? Apenas e tão só porque esse objecto tem-lhe permitido fazer algumas conquistas... Sim. Também é verdade. As "coisas" só funcionam dessa maneira porque, do outro lado, existem homens e mulheres que, a troco de um passeio ou de um jantar, se sujeitam a quase tudo. E as raparigas? Perdoem-me meninas mas sabem que é verdade... os rapazes são mais autónomos e criativos nesta matéria. As raparigas são... quase todas iguais. Louras, de preferência. Com madeixas, óculos de sol e unhas de gel. A indumentária? É "copy/paste". Autênticas "Barbies". Pois, já reparou que logo que é lançada uma moda... desatam todas a correr? Compram tudo igual. As mesmas cores. Padrões idênticos. Vá-se lá saber porquê. Usem a imaginação. Inovem. Sejam autênticas. Quanto ao tema das conversas? Futilidades, para variar. Que bem que fica dizer-se, entre amigos, que estivemos aqui, ali e acolá... dando-se primazia a lugares paradisíacos. Viajar é "fashion". Do mesmo modo que é "in" falar da "empregada lá de casa". Fica sempre bem. Acreditam que se vem tornando hábito, até para se conquistar um amor, insinuar, mesmo que de modo subtil, que "o pai" é médico, arquitecto ou engenheiro? É chique.
Bom, sejamos francos, a diferença entre ricos e pobres sempre existiu. Não vejo nada de mal nisso. Aliás, nem todas as pessoas que possuem grandes fortunas são fúteis. Há gente dos mais variados grupos e profissões que partilha o seu património, ajudando os que têm menos. O que podemos fazer é lamentarmo-nos pelo facto de não termos sido bafejados pela sorte, nesta matéria. Mas, sinceramente, também me parece que não serve de nada andarmos por aí com lamúrias. Cada um é o que é e tem o que tem. Ponto final. A loucura começa quando aqueles que nada possuem tentam, a todo o custo, demonstrar que são o que não são. Que têm o que não têm. Vá-se lá compreender! O importante é PARECER que se é catita, que se tem poder. Sim, parecer. Não SER. Parecer. Estou convencida de que quem não parece mas é, não sente necessidade de o exteriorizar. Pelo contrário. Pessoas com algum estatuto e nível nem gostam de apregoar que têm. Que podem. Que são. São e pronto.
Em contrapartida, os que parecem, sujeitam-se a viver atormentados com empréstimos para pagar (casa, carro, viagens, férias, computadores, telemóveis, ultimamente, até as compras do supermercado são feitas a crédito, etc.). Usam roupas emprestadas desde que sejam Emporio Armani, Givenchy, ou Kalvin Klein, como é óbvio! Tudo pelo parecer.
Ok, tenho que concordar que estas figurinhas até nem são as piores. O que considero verdadeiramente lamentável, por exemplo, são algumas acções que se praticam. Ou que permitimos que outros pratiquem. Com a nossa conivência. Com silêncios. Sem a coragem do protesto, de deixar o pano cair. Apenas e só por conveniência. Por interesse. É como que uma cumplicidade. Um acordo tácito. Para se continuar a poder usufruir de algumas benesses. Que também não deixam de ser fúteis. As benesses. Tem conhecimento de alguém que tenha passado de bestial a besta em apenas alguns dias? De alguém que tenha deixado de ser um exemplo a seguir para, entretanto, passar a ser um mau carácter? Tudo em nome da manutenção de alguns PEQUENOS comodismos? É triste... mas verdade. Os exemplos vão-se multiplicando.
Ok, tenho que concordar que estas figurinhas até nem são as piores. O que considero verdadeiramente lamentável, por exemplo, são algumas acções que se praticam. Ou que permitimos que outros pratiquem. Com a nossa conivência. Com silêncios. Sem a coragem do protesto, de deixar o pano cair. Apenas e só por conveniência. Por interesse. É como que uma cumplicidade. Um acordo tácito. Para se continuar a poder usufruir de algumas benesses. Que também não deixam de ser fúteis. As benesses. Tem conhecimento de alguém que tenha passado de bestial a besta em apenas alguns dias? De alguém que tenha deixado de ser um exemplo a seguir para, entretanto, passar a ser um mau carácter? Tudo em nome da manutenção de alguns PEQUENOS comodismos? É triste... mas verdade. Os exemplos vão-se multiplicando.
Hoje, entendo melhor do que nunca a expressão "Mate-se a mãe para...". E quem diz a mãe, a tia, a avó, o irmão ou quem tiver a ousadia de se colocar à frente de alguém que paute as suas acções e atitudes por princípios maquiavélicos. Para manter a "fachada". As aparências. Porque se convencem que são os maiores. Intocáveis, até. Tudo em nome do parecer. Bom, vou ficar-me por aqui. Creio que já me excedi.
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