16 de janeiro de 2011

O repasto da minha "amiga" cobra


O meu filho tem uma paixão enorme por animais, desde muito pequeno. Não estou a exagerar se vos disser que, com cerca de quatro ou cinco anos, era habitual aparecer em casa com ovos de cobra, com zangões que apanhava e guardava em garrafas de água,  com cágados que trazia dos charcos, etc.
Já teve um coelho (daqueles que têm os olhinhos vermelhos), uma iguana e agora tem uma cobra. Igualzinha a esta da imagem. Antes de a comprar, andou a namorar uma tarântula.
A cobra, quando veio cá para casa, era bebé e inofensiva. Comia ratinhos pequeninos. Calma, os ditos ratinhos são comprados numa casa de produtos para animais e já estão mortos.
Agora que o réptil está maior, os ratinhos mais pequeninos já não o satisfazem. Hoje comeu, pela primeira vez, um rato um pouco maior. 
Chegou a colocar-se a possibilidade de a bichinha não conseguir degluti-lo. Foram avançadas várias possibilidades. Ou desistia logo de início e nem sequer tocava no roedor, por verificar que era grande demais ou tentava devorá-lo e ficava asfixiada.
Vou tentar situar-vos. A cobra vive numa caixa de vidro, parecida com um aquário, mas adequada aos répteis [não sei que nome se dá àquilo (réptilário? terrário?), nem se estes termos existem, com certeza estou a inventar palavras novas].
Agora vem a melhor parte. É verdade! A caixa e a cobra estão NO QUARTO DELE.
Esta tarde, enquanto eu actualizava o blogue, o meu filho e a namorada estiveram cerca de uma hora a "estudar" o comportamento da cobra, face ao novo repasto. E eu a assistir. Aquilo mais parecia um relato de um jogo de futebol e eles os dois os comentadores de serviço.
Foi mais ou menos assim:
"Vamos lá a ver se ela consegue engolir o rato." Dizia o meu filho.
"E se ela ficar com o rato engasgado e sofucar?" Perguntei eu.
"Tenho que pegar nela e tirar-lhe o rato da boca." Respondeu ele.
"Ah, sim! E ela atira-se a ti e morde-te." Dizia a Hilda.
"Achas? Com o rato na boca não pode morder-me!". Continuou ele.
Entretanto, ele abre a caixa e deixa o rato pendurado para a cobra o poder apanhar. Não demorou mais do que dois segundos para ela ir buscar a refeição. Apertou o rato durante algum tempo, como se estivesse a sufocá-lo e começou a devorá-lo.
"Já está a comer. Olha, agarrou-lhe a cabeça. É esperta. Assim as patas do bicho passam melhor." Observou o meu filho.
"Ai, que horror, ela está a apertá-lo tanto que o rato parece um balão. Ainda rebenta". Disse a Hilda.
Enquanto isto, estavam os dois especados, com a cara quase colada ao vidro, para poderem ver bem os pormenores desta cena macabra. E como me parece que ninguém gosta de ser observado daquela maneira enquanto come, chamei-os à atenção. Riram-se que nem uns perdidos.
Tens razão, mãe. Só estavamos a ver mais de perto.
Eu confesso que dispensava perfeitamente aquilo tudo. A mim, pareceu-me uma daquelas cenas de tortura que se vêem nos filmes. Até que disse: "Coitado do rato. Já imaginaram o que as presas das cobras sofrem até morrerem?"
O meu filho tentou animar-me. "Não, mãe. Este estava morto, mas quando as cobras apanham os animais vivos, primeiro esmagam-nos, até eles morrerem e só depois é que os devoram."
"Ah" Disse-lhe eu. "E parece-te que essa, é uma morte agradável. Ficar todo desfeito antes de ser devorado." Gargalhada geral! Ele reconheceu que, aquela cena, não tinha nada de normal.
E ali ficaram, até a cobra ter conseguido engolir o rato.
Eu, quase perdi a vontade de jantar. Eles acham aquilo muito natural. O meu filho ainda me foi dizendo: "Não achas isto espectacular? É como se estivesses a ver um episódio do National Geographic ao vivo!"
Bahhh! As coisas que uma mãe ouve.

2 comentários:

  1. LOLOLOOL Mão não acredito que puses-te isto aqui...LOLOL A intimidade da minha cobra, sim porque a minha não tem problema nenhum agora ela não se pode defender..LOLO:P tu não existes mesmo... mas olha que ela deve ter ficado bem satisfeita... :) da proxima vez das-lhe tu a comida;) Beijo enorme...

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  2. Eu disse-te que ia descrever o vosso relato... (^_^)Beijinhos. Amo-te muito.

    "puseste" e não puses-te

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